Rigoberto: Eu venho aqui para saber se estar disposta a me ajudar a separar Valentino e Julia.
Alma: Em troca de quê?
Rigoberto: Das escrituras da fazenda Santa Maria Madalena.
(Cena de Valentino e Julia)
Valentino: Julia, as coisas não funcionam assim.
Julia: Mas se ficarmos aqui será pior.
Valentino: Vamos ter paciência. Dê tempo ao tempo!
Julia: Por favor, não vai rir da minha cara só porque eu fui sincera com você.
Valentino: Por que eu riria?
Julia: Valentino, não quero que meu pai te faça mal. Mas como filha dele, não posso impedi-lo. Mas se for sua esposa...
Valentino: Não estaria casando comigo por pura pena?
Julia: Não, nunca! Eu amei você mais que tudo neste mundo. Mais que meu próprio pai.
Valentino: Mas a gente mal se conhece...
Julia: Podemos caminhar juntos.
Valentino: Então porque está propondo isso?
Julia: Precisa falar? Eu te amo!
Valentino: Me dá um tempo, é que o papai morreu agora e...
(Julia beija Valentino)
Julia: Todo o tempo que for preciso. Conta comigo.
(Valentino chega em casa.)
Alma: Valentino, onde estava?
Valentino: Na ONG.
Alma: Mentira! Estava com ela! Com a filha dos Carrascos!
Valentino: Ah, então a senhora também já sabe!
Alma: Todos na cidade! O que eu não entendo é como essa sujeita se apaixonou por você, pelo que é...
Valentino: Não entendi.
Alma: Nenhuma mulher amaria você pelo que você é... Porque você é um “joão-ninguém”.
Valentino: Mesmo? Pois nós vamos nos casar! Vamos nos casar!
(Rigoberto chega à prefeitura)
Sabino: Ainda bem que chegou, sr. Prefeito. Acabam de entregar isto.
Rigoberto: E o que é?
Sabino: A ONG do Valentino EXIGE que o senhor disponibilize as águas do manancial para amenizar os efeitos da seca em nossa região.
Rigoberto: Me dá esse papel... Não pode ser... Esses mananciais são de minha propriedade! E eu não vou dividi-los com essa gente.
Sabino: Mas são seus eleitores.
Rigoberto: Pouco me importa. A menos que... Sim, algo me ocorre. Se querem a água, pois que comprem. Venderei água do manancial, mas dar de graça, isso nunca!
Post. Augusto Freire
