CAPÍTULO
13
Luciana:
Com quantas
garotas você fica numa semana?... Todas elas jantam aqui. E depois?
O que acontece depois? Nunca mais se falam?
Edmundo:
Não!
Porque não precisa.
Luciana:
Eu não
quero uma vida dessa pra mim.
Edmundo:
Querida
irmãzinha, o seu defeito é porque você é muito boazinha e isso
vai te fazer muito mal ainda. Mas, olhe só a minha filosofia de
vida: “Mulher pra mim é igual raio. Nunca acontece uma segunda
vez.”
(Enquanto
isso, na Casa da Madrinha Rosa Mística, Bairro do Ezequiel. Paco,
Tayana e Rosa Mística tomam o café da manhã)
Rosa
Mistica: Já
vão trabalhar?
Tayana:
Eu já. Me
desejem sorte. A venda de trufas tá cada vez mais fraca.
Rosa
Mística: Boa
sorte, querida. Deus abençoe. Cuidado com o Lobo.
Tayana:
Ele que se
atreva.
(Tayana
se levanta e vai trabalhar.)
Paco:
Tay é
confiante até demais, eu tenho medo por ela. A gangue do Lobo é
perigosa.
Rosa
Mistica: Deixa
ela. Pelo menos ela acha que tem idade suficiente pra se defender.
Não deve se sentir eternamente responsável por ela, meu filho.
Paco:
Mudando de
assunto, aproveitando que ela saiu, queria lhe pedir uma coisa...
Rosa
Mistica: Então
peça...
Paco:
Joga as
cartas pra ver o meu futuro?
Rosa
Mistica: Não
deveria acreditar nestas coisas, sabe que não vem de Deus. Nem eu
mesma acredito!
Paco:
Então por
que aprendeu e ainda guarda o baralho?
Rosa
Mistica: O
tarô está na minha família há gerações. Minha avó o ensinou a
minha mãe e ela me ensinou, eu deveria ensiná-lo a Tay, mas...
Aprendi por puro respeito, pois eu não acredito nestas coisas. Tenho
fé em Deus. E se guardo as cartas é porque, é a única lembrança
que tenho da minha mãe.
Paco:
Por favor,
madrinha Rosa Mistica, por mim?
Rosa
Mistica: Está
bem, senta aí.
(Rosa
Mistica pega o baralho)
Rosa
Mistica: Divida-o
em dois.
(Paco
divide.)
Rosa
Mística: Pegue
a primeira carta.
(Paco
pega e a entrega à madrinha.)
Rosa
Mistica: Interessante...
Muito interessante.
Paco:
O que saiu,
madrinha? Fala! Fala logo!
Rosa Mistica: Trabalho,
deixe ver... dinheiro! Olhe só, ... família? Mas o que será...?
Perseguições... MORTE!?!?!?!?!?!?
Post. Augusto Freire