Segundo documento confidencial do governo dos EUA, divulgado pelo Wikileaks, um ataque à capital cearense afetaria os norte-americanos de maneira "significativa". Minas, Rio e Goiás também estão na lista de possíveis alvos
A cidade de Fortaleza está entre os alvos potenciais de ataques terroristas contra os interesses dos Estados Unidos da América (EUA) no exterior. Segundo dados sigilosos do Departamento de Estado americano, divulgados pelo site WikiLeaks (www.wikileaks.ch), cabos submarinos de telecomunicação que conectam o Brasil aos EUA, através da capital cearense, são considerados “instalações sensíveis” para governo americano.
Segundo a correspondência confidencial, além de Fortaleza, onde está localizado o cabo submarino Américas-II, o Brasil conta com pontos alvo nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás.O Rio recebe o cabo submarino Globenet 360, que também interliga os dois continentes. Já em Minas e Goiás, o motivo são as minas de manganês, ferro e nióbio localizadas nos estados.
O documento afirma que, com a perda desses locais, a segurança americana seria afetada de maneira “significativa”, especialmente no que diz respeito à capacidade de comunicação e suprimento de materiais essenciais à indústria. Por este motivo, os Estados Unidos estariam dispostos a protegê-los contra possíveis ataques terroristas.Um telegrama do Departamento de Estado, com data de fevereiro de 2009, pede às embaixadas americanas em todo o mundo um inventário das infraestruturas e empresas “cuja perda afetaria de maneira significativa a saúde pública, a segurança econômica e/ou a segurança nacional dos Estados Unidos”.
Em seguida, o documento enumera as instalações que, em 2008, faziam parte dessa mesma lista, entre as quais também constavam cabos submarinos, portos, minas e indústria farmacêutica. O arquivo integra um lote de mais de 250 mil correspondências diplomáticas que o WikiLeaks vem publicando desde o dia 28 de novembro.
A divulgação dessas “instalações sensíveis” para os EUA pode gerar novos protestos do governo americano, que acusa o WikiLeaks de colocar em risco a vida de americanos e estrangeiros em todo o mundo.Como medida preventiva, devido ao vazamento das informações, os EUA estão preparando um grande remanejamento de cargos diplomáticos, a fim de reposicionar os funcionários identificados nas correspondências. A alteração foi confirmada por uma porta-voz do Departamento de Estado, Leslie Phillips. “Nós já dissemos que o faríamos se fosse necessário”, afirmou. (com agências)
Fonte:http://www.opovo.com.br