***Capítulo
28***
Baluarte: Que
som bonito!
Rosa
Maria: São
só NOTAS DE UM DESTINO!
Baluarte:
O
meu nome é Baluarte!
Rosa
Maria: Nome
diferente.
Baluarte:
Sabe...
Eu gostei de você!
Rosa
Maria: Eu
também...
(Os
dois se beijam, mas logo param)
Baluarte:
Desculpa,
eu não devia ter feito isso.
Rosa
Maria: Mas
eu deixei... E, falando a verdade, eu gostei! Bem, sócios?
Baluarte:
Amigos!
Rosa
Maria: Onde
você dorme?
Baluarte:
Onde
dá.
Rosa
Maria: Eu
vou com você.
Baluarte:
Tá.
(Os dois começam a caminhar sem rumo. Enquanto caminham, os dois se
divertem muito. Baluarte colhe uma flor e entrega a Rosa Maria. Ele
faz a flor mudar de cor várias vezes. Anoitece. Os dois estão
deitados em papelões em uma esquina.)
Rosa
Maria: Baluarte!
Se você consegue fazer tanta mágica, porque vive na rua, pedindo
esmolas? Porque não transforma folhas secas em dinheiro?
Baluarte:
Essa
mesma pergunta o Diabo fez a Cristo. Se você recebe um dom tem que
saber usar. Não pode usar de maneira errada. Você não pode usar a
magia pra prejudicar as pessoas ou enricar fácil. Pra conseguir
dinheiro, tem que suar, tem que ralar.
Rosa
Maria:
Desculpa pela pergunta.
Baluarte:
Tudo
bem, você não sabia.
(Espoleto e Aguardente, dois moleques de rua, inimigos de Baluarte
aparecem de súbito:)
Espoleto:
E
aí, Balucas? Quem é a garota?
Baluarte:
Deixa
ela em paz! É minha amiga!
Aguardente:
Mas
uma razão pra mexer com ela!
Baluarte:
Sai
daqui! Dá o fora!
Espoleto:
Ela
é tão bonita, tá perdendo um tempo contigo.
Rosa
Maria: Me
deixa em paz.
Espoleto:
É
o que? A dondoca falou alguma coisa?
Rosa
Maria: É...
eu falei. Se é que tu não escuta. Eu disse: ME DEIXA EM PAZ!
Espoleto:
Sabe
com quem tu tá falando, garota?
Rosa
Maria: E
nem me interessa! Por que vocês não dão o fora? Agora, Já!
Espoleto:
Mulher
nenhuma fala assim comigo.
Rosa
Maria: É
porque eu sou a primeira. Vaza! Se não você vai ver só!
Espoleto:
O
que é que eu vou ver...
Rosa
Maria: Estrelas...
(Rosa Maria acerta uma joelhada entre as pernas de Espoleto, que cai
de dor)
Rosa
Maria: E
agora, mané? Vai me deixar em paz ou eu vou ter que apelar?
Post. Augusto Freire