***CAPÍTULO
4***
Antonio:
Eu
num tava mais suportano a distância e a saudade do Getulio.
Edvirgens:
Eu
tava errada quando pensei mal de ti. Tu é um bom pai.
Antonio:
Tanto que eu não vou descansar enquanto não fizer vocês sofrer até
a morte.
Edvirgens:
O
que?
Antonio:
Sim,
Edvirgens, enquanto eu tiver vivo vocês vão sofrer nas minhas mão
e aquele que fugir ou tentar ir embora de casa, eu vou buscá nem que
seja no fim do mundo.
Edvirgens:
Como
tu é cruel!
Antonio:
Não,
cruel, não. Eu sô um bom pai. Inté, meu amor, vô buscá meu fio.
Edvirgens:
Não,
não, Antonio! Antonio! Não faz isso! Deixa o Getulio em Paz!
Antonio volta aqui!
(Maria de Lurdes insiste com Quiteria)
Maria
de Lurdes: Então,
Quitéria, responde! O que foi que o pai te disse?
Quitéria:
Ele
me pediu desculpa por ontem de noite.
Maria
de Lurdes: Sei...
Aquele tempo todo pra te pedir desculpa?
Quitéria:
Porque
eu num quis desculpar porque o Getulio foi-se embora de casa e por
culpa dele.
Maria
de Lurdes: É,
ele foi-se embora.
Quitéria:
Pra
onde, Lurdinha? Eu tô com saudade do meu irmão. Me leva lá pra ver
ele, por favor!
Maria
de Lurdes: Tu
nunca foi lá. Nem sabe onde fica!
Quitéria:
Mas
tu
me
leva e eu fico sabendo! Eu aprendo!
Maria
de Lurdes: Promete
que num conta pro pai?
Quitéria:
Eu
juro!
(Quitéria cruza os dedos atrás de si)
Maria
de Lurdes: Ele
me disse que ia para a casa da Tia Iracema em Sobral, enquanto não
arrumava um emprego, depois ele ia ver onde ia morar. Mas não conta
pro pai.
Quitéria:
Pode
ficar tranquila. Ele nunca vai saber.
(Enquanto isso, em Sobral, na casa da rica Dona Iracema Garcia, a
campainha toca, ela vai atender. É Getúlio)
Iracema:
Pois
não?
Getulio:
Er...
Tia Iracema Garcia?
(Antonio vai ao bar, e senta no balcão)
Antonio:
O
de sempre.
Dono
do Bar: Tem
dinheiro?
Antonio:
Ó
aqui, eu num Sô homi de ficá deveno não, tá bom? O que eu bebo eu
pago, intonci, cê me sirva aí a de sempre e sem medo.
(Na casa de Dona Iracema)
Iracema:
Sim,
sou eu... E, você quem é?
Getulio:
Eu
sou Getulio Garcia, filho do seu irmão José Antonio Garcia.
Iracema:
Nossa,
há quanto tempo! Devo ter visto você em seu batizado! E olha só,
já é um homem feito! Já é de maior?
Getúlio:
Sim,
tenho 21.
Iracema:
Você
está mesmo muito diferente. Me dê notícias de meu irmão Antonio e
de sua família. Como vão todos por lá?
Getulio:
Tia,
na verdade, eu acho que essa não é uma visita qualquer.
Iracema:
Ei,
o que há? Alguma coisa errada? O que aconteceu?
(Antonio está bebendo no bar)
Antonio:
Outra
dose!
Dono
do Bar: Antonio!
Tu já tá bebo demais, cara! É melhor parar por hoje!
Antonio:
Eu
mandei colocá outra dose!
(Quitéria chega correndo)
Quitéria:
Pai!
Pai! Pai! Eu já sei onde o Getulio tá! Vai buscar ele, pai! Vai
buscar meu irmãozinho!
Baseada no Argumento Original de: Francisco Freire Caetano Filho
Post. Augusto Freire
Post. Augusto Freire