Roma,
317 d.C.
Ali,
na casa da Família Claudius, nobres cristãos, vive uma menina, de
apenas 12 anos de idade chamada INÊS, e desde pequena foi educada
pelos pais na fé cristã. Um dia, ela sentiu em seu coração a
inspiração de consagrar-se totalmente a Deus através do VOTO DE
CASTIDADE. Quando, pois, foi falar aos pais sobre sua decisão...
PAI:
Tem certeza? Digo, você ainda é muito jovem... Como uma criança...
Não seria preferível esperar um pouco mais?
INÊS:
Do que o senhor tem medo, papai? Porque eu estou convicta.
PAI:
É sim, mas... eu só quero protegê-la.
INÊS:
Obrigada, papai.
(Inês
vai para o quarto dela, o pai vai desabafar com a mãe.)
MÃE:
Quando dirá a ela? Quando ela vai saber que não pode fazer isso
porque, quando nasceu... nós a prometemos em casamento ao filho do
prefeito Semprônio?
PAI:
Ainda não é hora... Mas direi logo.
(O
pai sobe até os aposentos da filha)
INÊS:
Entre, papai! O que queria me dizer?
PAI:
Queria lhe perguntar: já está se preparando para fazer os votos há
quanto tempo?
INÊS:
Pra ser sincera, não. Quis primeiro contar a vocês só depois falar
ao Bispo. Mas acho que ele não vai achar inconveniente na minha
pouca idade, pelo menos é a minha opinião. Já faz tempo que sinto
essas inquietações, papai...
PAI:
Por que só agora me disse?
INÊS:
Quis ter certeza do que era. Mas e o senhor, o que queria falar
comigo?
PAI:
Inês, o inconveniente não é você ser nova demais. Pra ser de Deus
não tem idade. Mas você pode sê-lo de outra forma, ou não?
INÊS:
Por que diz isso?
PAI:
Será melhor que eu te diga logo: quando você nasceu você foi
prometida em casamento a Flúvio, filho do prefeito Semprônio.
INÊS:
Papai, tem certeza? Isto é... não há uma maneira de renunciar?
PAI:
Eu posso tentar, mas será muito difícil. O que vai fazer?
INÊS:
Eu preciso de um tempo para discernir isso... Por favor, posso ficar
sozinha?
PAI:
Por certo.
(O
pai a deixa sozinha no quarto)
INÊS:
Renunciar aos votos para casar com o filho do prefeito... Casar...
Post. Augusto Freire