CAPÍTULO
11
(Último
Capítulo da Primeira Temporada)
Adelia:
Obrigada,
meu céu. Vou providenciar agora mesmo todo o necessário para irmos
os cinco para o exterior. Talvez Portugal. Sempre quis conhecer
Lisboa.
Felix:
Elas não
vão.
Adelia:
Como disse?
Felix:
Livrei você
da cadeia abrindo mão da política, que é o meu sonho. Agora, faça
sua parte. Essas meninas não podem ficar com a gente ou o crime será
maior. Vamos deixá-las num orfanato e ir embora do Brasil de uma vez
por todas.
Adelia:
Mas eu não
posso fazer isso. Você sabe que ser mãe sempre foi o meu sonho e
abrir mão disso seria muito doloroso pra mim? Sabe o que eu fui
capaz de fazer pra conseguir tudo isso? Não, eu não seria capaz.
Felix:
Mas eu sim.
E essas meninas vão para um orfanato ou eu mesmo denuncio você para
a polícia.
Adelia:
Está bem.
(Casa
Paroquial. O Padre José Maria e Ana entram.)
Padre
José Maria: Pronto,
Ana. Você pode ficar aqui o tempo que precisar. Até conseguir outra
casa. Eu vou me comunicar com Joaquim e avisar o que houve.
Ana:
Não...
Padre
José Maria: Mas,
Ana, eu...
Ana:
De hoje em
diante eu estou sozinha. E é sozinha que eu vou lutar com unhas e
dentes pra recuperar minhas filhas e dar a volta por cima.
Padre
José Maria: Pode
contar comigo no que for necessário.
Ana:
Obrigada,
padre. A partir de hoje, não vou ter compaixão por ninguém. Me
ferirarm muito. Mas isso acabou... acabou! Não vou permitir que mais
ninguém faça isso. Agora eu vou agredir, eu vou humilhar, eu vou
pisar, eu juro. Eu juro... por... DEUS!
***
(20
ANOS SE PASSAM – Cidade de Lunada, Bairro do Bom Jesus, onde vive a
classe média. Restaurante “ED & LU”. É por volta das 10 da
manhã. Luciana, 25 anos de idade, está limpando as mesas, de costas
para a rua, quando seu irmão mais velho, Edmundo, volta do mercado
com as compras e grita por ela, a dois quarteirões de distância:)
Edmundo:
LUCIANA!
(Luciana
se vira e sorri para o irmão. Ela é idêntica a Ana.)
Post. Augusto Freire