NO CEARÁ ROUPAS COM RETALHOS DE LIXO HOSPITALAR DOS EUA GERAM DENUNCIAS A SESA E DEIXAM O ESTADO EM ALERTA
Do jornal Diário do Nordeste
Moradora da Parangaba denuncia comércio "livre" de peças feitas com retalhos oriundos de hospitais
As denúncias de vendas de tecidos oriundos de unidades hospitalares e o comércio de retalhos contaminados no mercado atacadista do Ceará deixaram a dona de casa, moradora do bairro da Parangaba, Regina Célia Batista, em pânico. É que, no guarda roupa do seu marido, uma bermuda suspeita trazia marcas de um hospital baiano.
"O short foi comprado de um comerciante que dizia trazer as peças de Caruaru, em Pernambuco, e minha mãe costuma comprar dele. Vendem sem fiscalização alguma", informou a dona de casa.
O coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), Manoel Fonseca, dá uma alerta para o risco de haver mais tecidos contaminados circulando no mercado local. Daí, a população ter que redobrar a atenção e não adquirir as peças que possam parecer com lixo hospitalar. "Estamos atentos e preocupados. É considerado um crime contra a saúde pública", disse.
Fonseca comentou ainda que a Sesa, juntamente com outros órgãos de vigilância sanitária, foram convocados para uma reunião, no dia 27, em Brasília, na sede da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Após fiscalização na quinta-feira em dois galpões onde o comércio atacadista manteria os tecidos contaminados, Katianne Bezerra, enfermeira da Célula de Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), confirmou que a gestão vai aumentar o trabalho de controle e deve aguardar os resultados da perícia para confirmar se Fortaleza estaria sendo usada como depósito de lixo hospitalar oriundo dos EUA.
Sobre os contêineres que entraram em Fortaleza com material supostamente contaminado, o superintendente da Receita Federal no Ceará, Moacyr Mondardo, alertou que o órgão irá intensificar o controle de novas mercadorias têxteis.
"Pode ter sido aberta uma rota perigosa aqui no Ceará. Pode ser que entre mais tecidos suspeitos. De qualquer modo, temos que fortalecer as barreiras", finalizou o superintendente da Receita Federal no Ceará.
A Polícia Civil de Salvador apreendeu, na última quarta-feira, 830 Kg de roupas de pacientes, jalecos e lençóis em uma loja de Ilhéus, há 472 Km de Salvador. Tudo lixo de hospitais de São Paulo, do Rio, de Pernambuco e do Paraná que estariam sendo vendidos no nordeste.
Cuidado
A reclamação de Regina se une a outras que surgiram em Fortaleza, dando conta da circulação de retalhos - com nomes de hospitais nos Estados Unidos- que estariam sendo comercializados livremente na Capital.
Esses tecidos dos EUA, com possíveis marcas de sangue e restos de esparadrapos, deram entrada ontem na Perícia Forense do Ceará para análise técnica se as manchas seriam realmente de sangue ou de qualquer outra secreção humana. Segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, o laudo pode sair em até dez dias.
POR MÊS
90 mil Kg de roupas no IJF
No maior hospital de urgência e emergência de Fortaleza, o Instituto Doutor José Frota (IJF), o movimento de roupas lavadas e incineradas é grande. Conforma a direção da unidade, todo o processo de higienização e posterior descartes dos panos é feita com rigor, por uma empresa terceirizada. O IJF envia, mensalmente, 90 mil quilos de vestuário hospitalar à empresa responsável. São aproximadamente 150 mil peças enviadas a cada 30 dias, ressaltou a diretoria.
O fornecedor da empresa explica ainda que as lavagens excessivas são o que mais danificam as roupas. "A vida útil da peça é definida pelo número e tipo de lavagens aplicados. Em média, as peças duram entre 60 e 120 lavagens", afirmou em nota a direção do IJF.
Segundo o hospital, os principais motivos de descarte são por conta de: danificação excessiva por rasgos ou furos, fragilidade ou aparência ruim do tecido oriunda do término de sua vida útil e manchas fixas causadas por reação química com medicamentos ou por aplicação de temperatura sobre manchas de sangue (conhecido vulgarmente como sangue queimado).
O vestuário hospitalar "não descartável" não é considerado lixo hospitalar. O padrão determina que este vestuário passe por todo um processo de lavagem. Passada as etapas, as peças voltam para serem reutilizadas pelos médicos e pacientes.
Seja qual for a peça, útil ou não, ela precisa passar pela lavagem e desinfecção. Só depois ela é averiguada para saber se há condições físicas de uso. Não havendo conformidades físicas ou estéticas, as peças viram lixo comum. Ou seja, o enxoval só é descartado após desinfectado, comentou a direção.
IVNA GIRÃOREPÓRTER
As denúncias de vendas de tecidos oriundos de unidades hospitalares e o comércio de retalhos contaminados no mercado atacadista do Ceará deixaram a dona de casa, moradora do bairro da Parangaba, Regina Célia Batista, em pânico. É que, no guarda roupa do seu marido, uma bermuda suspeita trazia marcas de um hospital baiano.
"O short foi comprado de um comerciante que dizia trazer as peças de Caruaru, em Pernambuco, e minha mãe costuma comprar dele. Vendem sem fiscalização alguma", informou a dona de casa.
O coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), Manoel Fonseca, dá uma alerta para o risco de haver mais tecidos contaminados circulando no mercado local. Daí, a população ter que redobrar a atenção e não adquirir as peças que possam parecer com lixo hospitalar. "Estamos atentos e preocupados. É considerado um crime contra a saúde pública", disse.
Fonseca comentou ainda que a Sesa, juntamente com outros órgãos de vigilância sanitária, foram convocados para uma reunião, no dia 27, em Brasília, na sede da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Após fiscalização na quinta-feira em dois galpões onde o comércio atacadista manteria os tecidos contaminados, Katianne Bezerra, enfermeira da Célula de Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), confirmou que a gestão vai aumentar o trabalho de controle e deve aguardar os resultados da perícia para confirmar se Fortaleza estaria sendo usada como depósito de lixo hospitalar oriundo dos EUA.
Sobre os contêineres que entraram em Fortaleza com material supostamente contaminado, o superintendente da Receita Federal no Ceará, Moacyr Mondardo, alertou que o órgão irá intensificar o controle de novas mercadorias têxteis.
"Pode ter sido aberta uma rota perigosa aqui no Ceará. Pode ser que entre mais tecidos suspeitos. De qualquer modo, temos que fortalecer as barreiras", finalizou o superintendente da Receita Federal no Ceará.
A Polícia Civil de Salvador apreendeu, na última quarta-feira, 830 Kg de roupas de pacientes, jalecos e lençóis em uma loja de Ilhéus, há 472 Km de Salvador. Tudo lixo de hospitais de São Paulo, do Rio, de Pernambuco e do Paraná que estariam sendo vendidos no nordeste.
Cuidado
A reclamação de Regina se une a outras que surgiram em Fortaleza, dando conta da circulação de retalhos - com nomes de hospitais nos Estados Unidos- que estariam sendo comercializados livremente na Capital.
Esses tecidos dos EUA, com possíveis marcas de sangue e restos de esparadrapos, deram entrada ontem na Perícia Forense do Ceará para análise técnica se as manchas seriam realmente de sangue ou de qualquer outra secreção humana. Segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, o laudo pode sair em até dez dias.
POR MÊS
90 mil Kg de roupas no IJF
No maior hospital de urgência e emergência de Fortaleza, o Instituto Doutor José Frota (IJF), o movimento de roupas lavadas e incineradas é grande. Conforma a direção da unidade, todo o processo de higienização e posterior descartes dos panos é feita com rigor, por uma empresa terceirizada. O IJF envia, mensalmente, 90 mil quilos de vestuário hospitalar à empresa responsável. São aproximadamente 150 mil peças enviadas a cada 30 dias, ressaltou a diretoria.
O fornecedor da empresa explica ainda que as lavagens excessivas são o que mais danificam as roupas. "A vida útil da peça é definida pelo número e tipo de lavagens aplicados. Em média, as peças duram entre 60 e 120 lavagens", afirmou em nota a direção do IJF.
Segundo o hospital, os principais motivos de descarte são por conta de: danificação excessiva por rasgos ou furos, fragilidade ou aparência ruim do tecido oriunda do término de sua vida útil e manchas fixas causadas por reação química com medicamentos ou por aplicação de temperatura sobre manchas de sangue (conhecido vulgarmente como sangue queimado).
O vestuário hospitalar "não descartável" não é considerado lixo hospitalar. O padrão determina que este vestuário passe por todo um processo de lavagem. Passada as etapas, as peças voltam para serem reutilizadas pelos médicos e pacientes.
Seja qual for a peça, útil ou não, ela precisa passar pela lavagem e desinfecção. Só depois ela é averiguada para saber se há condições físicas de uso. Não havendo conformidades físicas ou estéticas, as peças viram lixo comum. Ou seja, o enxoval só é descartado após desinfectado, comentou a direção.
IVNA GIRÃOREPÓRTER
Postagem: blog Portal Jovem