Capítulo 04
Enfermeira: Finalmente acordou! Esteve em coma um bom tempo. E como é mesmo o seu nome?
Vanesa: Me chamo Vanesa Alcântara!
(Recepção do Hospital. O telefone toca)
Atendente: Alô!
Leonel: Alô, por favor, me chamo Leonel Duarte. Pode me dar uma informação? É que minha noiva desapareceu há alguns dias e não temos notícias dela, a não ser que o carro dela foi visto nas imediações de um viaduto totalmente destruído, mas a ela ninguém viu.
Atendente: Como ela se chama?
Leonel: Vanesa Alcântara.
Atendente: Sim, temos uma paciente que coincide com o acidente descrito pelo senhor. Mas ela está sem os documentos, e por isso não pudemos identificá-la.
Leonel: Como ela está?
Atendente: Acabou de passar por uma cirurgia.
Leonel: De que?
Atendente: Sofreu vários cortes no rosto e teve os olhos perfurados. Os médicos tiveram que fazer um transplante.
Leonel: Mas ela está bem?
Atendente: Sim, senhor. Ela está se recuperando.
(Enquanto isso)
Vanesa: O que é isso no meu rosto?
Enfermeira: Não mexa ainda, passou por uma cirurgia plástica. E não tire por nada neste mundo a venda nos olhos.
Vanesa: Mas o que houve comigo?
Enfermeira: Depois eu explico. Você tem algum parente?
Médico (entrando): Tem sim. O noivo Leonel, está a caminho.
Vanesa: Leonel! Não quero que ele me veja assim.
Médico: Tranquila, Vanesa. Trate de se acalmar, será melhor para sua recuperação.
(Leonel chega)
Leonel: Onde está Vanesa?
(Enquanto isso, Eliseu está na sala. Elias chega junto dele)
Elias: Que má sorte a sua, irmãozinho. Casado e viúvo no mesmo dia! Eu tenho pena de você!
Eliseu: Pra que você veio?
Elias: Pra rir da sua cara. Debochar de você. Pra ver o queridinho da mamãe enfiado no luto!
Eliseu: Já viu? Satisfeito?
Elias: Nem tanto. Isso que você está falando não é nem um pouco suficiente comparado à falta de amor que eu sempre tive.
Eliseu: De que está falando? Nunca faltou amor pra você!
Elias: Mentira! Sentem pena de mim por eu não poder andar. Me acham um fardo!
Eliseu: Tira essas ideias da sua cabeça. Você não é um fardo.
Elias: Enquanto isso, eu me divirto vendo o seu sofrimento.
(Eliseu levanta e vai se trancar no quarto. Elizabeth chega)
Elizabeth: Como você é cruel!
Elias: Teve o que mereceu. Aliás, não é nada comparado à crueldade de vocês comigo.
Elizabeth: Que Deus possa perdoá-lo, meu irmão. Porque eu já não consigo.
(Elizabeth sobe. Enquanto isso, Leonel entra no quarto de Vanesa)
Vanesa: Quem tá aí?
Leonel: Vanesa?
Vanesa: Leonel!
Post. Augusto Freire