CAPÍTULO
4
Joaquim:
Disseram
que queria falar comigo?
Diretor:
Sim,
Joaquim. A partir de agora você não trabalha mais conosco.
(De
volta à casa de Ana... Ela desperta)
Ana:
O que
aconteceu? Eu me lembro que desmaiei... Eu tô doente?
Padre
José Maria: Não,
Ana. Muito melhor. Está grávida.
Ana:
Eu?
Padre
José Maria: O
médico esteve aqui e acabou de confirmar. Parabéns, você vai ser
mamãe de novo.
Ana:
O Joaquim
vai ficar tão feliz. Esses dias ele tava tão pra baixo. Assim que
ele chegar eu conto pra ele.
(Joaquim
chega cabisbaixo)
Joaquim:
Olá, José
Maria, Ana.
Ana:
Joaquim,
amor. Eu tenho uma coisa pra te dizer.
Joaquim:
Eu também.
Ana:
Fala você
primeiro.
Joaquim:
Não, fala
você!
Ana:
Eu insisto.
Joaquim:
Fui...
demitido!
Ana:
Mas...
porque?
Joaquim:
Eu não
sei... mas, a vida continua! Eu não vou me dar por vencido. Tenho
que encontrar logo um outro trabalho pra sustentar você e as nossas
filhinhas. O que você queria me dizer?
Ana:
Queria
dizer que... eu te amo.
Joaquim:
Eu também.
(Os
dois se beijam)
Joaquim:
Padre, o
senhor pode me ajudar a encontrar emprego?
Padre
José Maria: Claro,
Joaquim. Posso falar com um amigo meu que é dono de uma empresa em
Lunada. Tem algum problema pra você?
Joaquim:
Na cidade
de Lunada?
Padre
José Maria: Sim.
Joaquim:
Não queria
deixar minha família aqui.
Padre
José Maria: Ele
tem muitos contatos, não custa nada tentar. Vem, o telefone dele tá
na paroquial.
Joaquim:
Vou pegar meus documentos. Já volto.
(Joaquim
sai.)
Padre
José Maria: Porque
não disse a verdade a ele, Ana? Que você está grávida?
Ana:
Ele não
está em condições. Depois, quando tudo melhorar eu conto.
(O
telefone toca, Ana atende)
Ana:
Alô.
Adelia:
Oi,
queridinha. Já deve estar sabendo, não é? Foi tudo obra minha. E
posso fazer coisa muito pior se você não for boazinha comigo. O seu
marido não vai encontrar emprego em lugar algum, a menos que você
me entregue a menina. Escolha, Ana Fernandes: este assunto está
agora em suas mãos. Passe muito bem.
(Ana
desliga o telefone e fica atordoada)
Post. Augusto Freire