Diocleciano:
Guardas,
coloquem-na numa casa de prostituição. Fizeste o voto, não? Mas o
quebrará à força!
Luzia:
O
que o coração não consente, o corpo não tem culpa.
(Os
guardas tentam mover Luzia do lugar, mas não conseguem...)
Guardas:
Puxem! Puxem!... É
inútil!
Diocleciano:
Então tragam uma junta
de bois e amarrem-na.
(Eles
assim o fizeram, mas os bois ficaram paralisados)
Guardas:
Impossível, majestade.
Parece que lhe criaram raízes ao solo.
Diocleciano:
Então ateiem fogo em
seu corpo!
Luzia:
Ó
Senhor Deus, Jesus Cristo meu Rei, não deixai que essas chamas me
façam mal algum.
(Os
soldados preparam uma enorme fogueira na qual jogam dentro a jovem
Luzia, mas milagrosamente forma-se um contorno em volta dela e as
chamas não lhe afetam)
Guardas:
Isto
é... inacreditável!
Diocleciano:
Só
há uma forma de destruirmos ela... É tirando-lhe aquilo que mais a
aproxima do deus dela.
Guarda:
Desista,
meu senhor.
Diocleciano:
Não!
É uma afronta imperdoável e não ficará sem punição. Tire dela o
que mais a aproxima de Deus.
Guarda:
E
o que é?
Diocleciano:
São
os olhos. Sem eles, não poderá vê-lo. E não se adora ao que não
se vê. Se não adora aos meus deuses, não adorará a mais ninguém.
Guarda:
Mas,
senhor...
Diocleciano:
Faça
isso, já disse!
(O
guarda desce até a masmorra onde está Luzia.)
Luzia:
Faz
o que veio fazer.
(O
guarda lhe corta os olhos e entrega em uma bandeja a Diocleciano.)
Guarda:
O
que acontece agora, imperador?
Diocleciano:
Agora,
nada. Mas amanhã bem cedo, tu a matarás!
Guarda:
Já
não é o bastante?
Diocleciano:
Cale-se!
Ou ela ou tu! Cumpra as minhas ordens.
Guarda:
Sim,
mestre.
(Na
manhã seguinte, logo cedo. O guarda desce às masmorras para matar
Luzia. Ele fica impressionado ao vê-la de pé, segurando a bandeja
com dois olhos e, na face, dois olhos mais brilhantes e belos. Na mão
levava um ramo com um lírio.)
Luzia:
A
paz esteja com você!
Guarda:
Não
pode ser! Não pode ser! Mas como? Eu tinha certeza de que...
Luzia:
Eu
lhe disse... Ninguém pode com Deus!
(O
guarda apontou-lhe a espada)
Luzia:
Deus,
com o meu martírio quero te glorificar e te exaltar para todo o
sempre. Amém.
(O
guarda corta-lhe a cabeça. 13 de Dezembro de 304)
(Ceará,
ano de 2013)
Zé
da Rima: Os cristãos recolheram seu
corpo virginal e a sepultaram nas catacumbas de Roma. Sua fama de
Santa se espalhou por toda a Itália e Europa, e a partir daí
começou-se a grande devoção a Santa Luzia de Siracusa.
…
mas a
história ainda não acabou...!!!
Post. Augusto Freire