Jovem é jovem em qualquer lugar. Esta máxima vale para qualquer parte do mundo, em qualquer continente, qualquer classe social, religião ou etnia. Algumas características básicas do “ser” jovem não variam em lugar algum (ou, pelo menos, entre a grande maioria das sociedades).
A realidade da juventude alcantarense não é
diferente. Também temos nossas características regionais, nossos grupos (ou
“tribos”), etc. Temos jovens roqueiros, tradicionalistas, forrozeiros,
esportistas, nerds. Temos jovens estudantes, pais de família, dirigentes,
empreendedores, desempregados, em situação de risco, lutando para sobreviver à
doenças, presos. A realidade da juventude da rua tem lá suas diferenças em
relação à realidade da juventude do sítio. Para formular e aplicar políticas
públicas de juventude qualquer governante alcantarense deve estar atento à
estas diferenças. Isto, porém, não é fácil. Um município com menos de onze mil
habitantes como o nosso dificilmente tem problemas de criminalidade. Mas
possuem problemas de êxodo. A juventude das classes de baixa renda tem
diferenças quanto a juventude de classes com melhor renda. Então, que instância
pública poderia ligar o governo à sociedade e discutir as políticas públicas de
juventude com qualidade e universalidade?
A resposta, sem dúvida, aponta para os Conselhos de
Juventude. É dentro de um Conselho que governo e sociedade civil debatem juntos
as políticas públicas e procuram soluções para os desafios enfrentados pelos
jovens. É também dentro de uma Secretaria de Juventude eficiente que todas as
bandeiras de juventude podem se assentar sem a divisão que ocorreria se
tratadas em separado por outras áreas do governo, enfraquecendo as PPJs
(políticas públicas de juventude). Por exemplo: sabemos que o principal motivo
do êxodo é falta de uma boa perspectiva de trabalho no nosso muncípio. Sabemos
também que tanto uma Secretaria de Agricultura como uma Secretaria de Educação
ou uma Secretaria de Trabalho ou uma Secretaria de Desenvolvimento, ou outras,
podem discutir o problema. Mas dentro de um projeto mais amplo e organizado o
debate seria feito em conjunto por todas as partes do Governo e junto com a
sociedade civil, principalmente. Um Conselho consegue aglutinar as idéias e
debatê-las de maneira democrática, entre representantes do governo e da
sociedade civil. Por isso fica a dica!
Texto:
Douglas Alcântara