***Capítulo
83***
Evaristo: Digamos
que eu tenho algo que te interessa.
Quitéria: E
o que seria isso?
Evaristo: As
provas que te inocentam... estão comigo! Mas só serão suas se você
pagar o preço. Case-se comigo, é sua única alternativa. Se não
aceitar imediatamente, não terá uma outra chance, entendido?
Imediatamente! Case-se comigo!
Quitéria:
Eu
acho que o senhor é muito perigoso e está por trás de tudo isso.
Evaristo:
Que
bom que percebeu. Mas agora, vamos raciocinar: o que é preferível?
Ser presa acusada injustamente de matar a ex-esposa de seu noivo ou
casar-se com o futuro presidente do Brasil?
Quitéria:
Deus
sabe que eu sou inocente.
Evaristo:
Mas
os homens não. E não vai conseguir provar. E aí? Como faremos?
Posso marcar a data do nosso casamento?
(Ernesto vai ao escritório do Dr. Ximenes)
Ernesto:
Quero
falar com você.
Dr.
Ximenes: Fale.
Ernesto:
Vim
aqui para tentarmos soltar Quitéria Garcia.
Dr.
Ximenes: O
senhor sabe de algo que possa ajudar?
Ernesto:
Não,
mas se pudéssemos ver as filmagens do circuito interno de TV do
prédio onde morava minha ex-esposa, talvez...
(Os dois vão até o prédio e falam com o porteiro.)
Ernesto:
Com
licença, queremos ver as imagens das câmeras do dia da morte da
senhora Berenice.
Porteiro:
É
que está tudo interditado. Eu não posso...
Dr.
Ximenes: Sou
advogado, por favor, ajude-nos.
Porteiro:
Por
aqui...
(Enquanto isso, Evaristo vai até o delegado.)
Evaristo:
Solte-a.
Não foi ela.
Delegado:
Mas
eu não posso...
Evaristo:
Confie
em mim. Parece que tudo foi um mal-entendido. Não há razões
concretas que provem a culpa, portanto, ela deve permanecer em
liberdade até que se prove o contrário.
Delegado:
Está
bem, desde que não se afaste da cidade.
Evaristo:
Vou
me encarregar disto, doutor. Obrigado.
(Quitéria é solta, entra no carro de Evaristo.)
Quitéria:
Me
leva pra casa.
Evaristo:
Não
mesmo, querida. Agora vamos à Igreja e marcar nosso casamento para
este sábado.
(Enquanto isso)
Porteiro:
Eu
não sei como... mas parece que exatamente as gravações deste
horário sumiram... Parece que o assassino não queria ser
identificado.
Dr.
Ximenes: Não
há nenhuma cópia?
Porteiro:
Posso
tentar providenciar, mas demoraria alguns dias...
Ernesto:
Espera!
Quem é este que está estacionando o carro?
Porteiro:
Este?
Deixa eu ampliar a imagem...
Ernesto:
É
ele... Evaristo Muniz de Gouveia e Couto. Assassino. Assassino! Vamos
agora mesmo à delegacia!
Dr.
Ximenes: Obrigado
pela ajuda, senhor. Isso é uma prova e tanto.
Porteiro:
Levem
a gravação. Vou tentar conseguir a cópia.
Dr.
Ximenes: Obrigado,
vamos, Ernesto.
(Os dois entram no carro)
Ernesto:
Evaristo!
Ele vai me pagar! Vai me pagar!
Post. Augusto Freire