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NOTAS DE UM DESTINO CAP 69

29 novembro, 2012


***Capítulo 69***
Dona Memê (se ajoelhando): Nãããããooooo!!!!! Pelo amor de Deus! Se quiser castigar alguém, castigue a mim, mas não toque nos meus filhos nem no meu neto, por favor! Entenda o meu sofrimento de mãe.
Rosa Maria: Essa! Essa mesma expressão de desespero que você tem agora, eu devo ter feito naquele dia quando implorava pra você não me separar da minha família... Você lembra?... Você lembra, Dona Memê?... Você disse que a gente ia manter contato,... mas depois o que fez?... Diga!... Diga a todos o que fez depois!
Dona Memê: Eu... sumi com o dinheiro que a De Lurdes me deu... Depois voltei pra chantagear o seu pai por causa deste segredo e lhe roubei as terras, daí você veio. Depois de um tempo, eu o procurei de novo com mais uma chantagem, para que se casasse comigo ou a De Lurdes saberia toda a verdade.
Rosa Maria: É... foi isso... Mas, anda, implora por misericórdia... Eu tô esperando!... Vai!  
Dona Memê: Eu imploro que pelo amor de Deus, não me separe dos meus filhos, nem do meu neto, pelo que você mais ama. Eu não sei viver longe deles. Minha vida não tem sentido.
Rosa Maria: Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Muito bem, dona Memê. Mas nem com isso paga todo o mal que fez a uma pobre criança indefesa. Mas aquela criança de outrora cresceu e a únca diferença entre antes e agora é que você é uma serpente e eu, só era uma inocente menininha. Quanto a você, Maria de Lurdes, só agora eu percebi que teve a melhor das intenções, pois sempre soube que eu não iria conseguir me defender de um pai alcóolatra e, que tipo de educação eu teria naquele meio? Por isso você fez questão de me mandar pra uma família de bem, caridosa. Os Saboia me receberam de braços abertos e estavam dispostos a me dar todo o amor e boa educação para que nada me faltasse. Mas eu não conseguia chamar outra pessoa de mãe a não ser Edvirgens Garcia, por isso fugi da casa deles e fui parar num convento, onde as freiras me deram toda educação e me conseguiram a família Parker-Smith, mas problemas no casamento deles eram tantos que eu não suportei e fugi. De Lurdes, hoje eu entendo que, se você quis que nos separássemos, foi pra me proteger e não por falta de amor. Eu tenho coração, irmã. Eu nuca faria o mesmo aos filhos de vocês. Nem que isso me trouxesse uma aparente paz de espírito, mas roubaria a de vocês. Posso pedir um abraço?
(Todos se abraçam, menos Dona Memê)
Rosa Maria: Dona Memê, eu lhe peço. Saia de nossas vidas, de uma vez por todas.
Dona Memê: Não é tão simples, Quitéria. Sou a mãe da Maria de Lurdes.
Rosa Maria: Não é! Nossa mãe é Edvirgens Garcia, ela sofreu para nos educar.
Dona Memê: Isso quem diz é a De Lurdes.
Maria de Lurdes: Eu estou muito confusa. É melhor não nos vermos mais.
Dona Memê: Seja como você quiser. Mas saiba de uma coisa. Mãe só temos uma.
Maria de Lurdes: E a minha foi Edvirgens Garcia!
Dona Memê: Com licença.
(Dona Memê vai embora.)
      

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