***Capítulo
66***
Berenice: Gertrudes, pode chamar o Ernesto aqui?
Gertrudes: Ele não te contou?
Berenice: O que?
Gertrudes: Ernesto foi a Santa Quitéria procurar
Rosa Maria.
Berenice: Não acredito! Isso é o cúmulo!
(Em Santa Quitéria)
Rosa Maria: Você não vai conseguir me impedir.
Porque é esse desejo de vingança que tem me mantido viva todo esse tempo.
Porque eu fui vendida pelos irmãos a uma mulher que hoje é a madrasta deles e
mulher do meu pai e desfruta de tudo o que a gente trabalhou na infância. Porque
tem uma mulher sepultada naquele cemitério vítima de maus-tratos e de um marido
alcoólatra. E eu, sou a filha desta mulher: ela é Edvirgens Garcia.
Ernesto: Durante todos esses anos eu te apoiei em
tudo, mas isso já é demais. Não estou de acordo. Não conte comigo para sua
vingança.
Rosa Maria: Eu não chamei você. Pode voltar para
sua Brasília. Pra sua ex-esposa psicopata. Porque nada vai me deter... Eu tenho
que conseguir... Um a um vou conseguir que caiam nas minhas mãos. E todos
sentirão o peso da minha vingança... Todos!
Ernesto: Já vi que foi uma perda de empo vir
aqui... Com licença e boa sorte.
(Ernesto sai. Rosa Maria liga para Dona Memê)
Rosa Maria: Dona Margarida, a data foi marcada. Mas
devido a um imprevisto, o prefeito não poderá entregar pessoalmente o prêmio,
então ele pediu que eu o entregasse. Certo, mas ele faz questão da presença de
toda a família. Por favor, anote o endereço. Será sábado às 8 da noite. Até lá.
Eu não vejo a hora de homenageá-la pessoalmente. Até mais.
(Rosa Maria desliga o telefone.)
Rosa Maria: Esteja preparada, querida Memê. Mas
antes eu tenho que fazer uma coisa.
(Rosa Maria vai até o roçado do pai, se aproxima dele)
Rosa Maria: Sr. Antonio Garcia?
Antonio: Quitéria? É você mesmo? Quitéria?
(Os dois se abraçam)
Antonio: Achei que nunca mais veria você! Pensei
que estava morta!
Rosa Maria: Foi isso que a Memê te disse?
Antonio: Bem...
Rosa Maria: Pai, sinceridade... Que mentira ela
inventou dessa vez pra lhe obrigar a casar com ela?