SEGUNDO A ANP VAZAMENTO DE ÓLEO NA BACIA DE CAMPOS AINDA NÃO CESSOU
A Agência Nacional do Petróleo (ANP) informou no domingo (20) que ainda continua o vazamento de óleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos, no Norte Fluminense. A petroleira americana Chevron já assumiu a responsabilidade pelo acidente e declarou que o vazamento foi provocado por um erro de cálculo. A Chevron diz que o vazamento está em fase residual, e que até a noite deste domingo já havia sido retirado 385 metros cúbicos de água com óleo.
A ANP afirmou que, "com base na análise de ontem dos filmes do ROV do dia 19/11 e informações do comandante da Marinha embarcado no Skandi Salvador, que monitorou 400 m de fissura hoje pela manhã, pode-se afirmar que a vazamento ainda não cessou em alguns pontos. A mancha de óleo continua se afastando da costa". A agência informou ainda "que técnicos da agência estiveram no sábado (19) na Chevron, para verificar aspectos relacionados ao reservatório e cumprimento do Programa de Perfuração de Poços".
No domingo, os técnicos da ANP embarcaram na plataforma SEDCO 706 para acompanhar as atividades de abandono e coletar mais dados e informações sobre o incidente.
Secretário quer descredenciar Transocean
Ainda no domingo, a Secretaria estadual do Meio Ambiente declarou que vai pedir o descredenciamento da empresa Transocean, contratada pela Chevron, para fazer a perfuração no Campo de Frade. O secretário de Meio Ambiente do estado do Rio, Carlos Minc, relembrou que a Transocean também foi a empresa contratada pela British Petroleum, quando houve o derramamento de óleo no Golfo do México, em 2010. O G1 não conseguiu um contato com a empresa Transocean para ouvi-la a respeito das declarações do secretário Minc.
A Chevron também é investigada sobre as técnicas utilizadas para a remoção da mancha, que segundo denúncias, não seriam adequadas. Por meio de nota, a companhia informou que “as embarcações empregam métodos aprovados pelo governo brasileiro, que incluem barreiras de contenção, skimming e técnicas de lavagem, para controlar, recolher e reduzir a mancha. As embarcações já recolheram mais de 250 metros cúbicos de água oleosa proveniente da mancha. Os barcos não usam areia nem dispersantes para controlar a mancha”
PF investiga vazamento
A Polícia Federal já instaurou um inquérito para apurar as responsabilidades da Chevron no vazamento e na retirada do óleo na Bacia de Campos. Hoje, Carlos Minc vai se encontrar com o delegado Fábio Scliar, da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente e o Patrimônio Histórico (Delemaph), responsável pelas investigações do caso. Scliar explicou que aguarda um laudo do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), para saber a extensão do derramamento de óleo.
“O secretário Carlos Minc e técnicos fizeram um sobrevôo pelo local atingido, e eu preciso saber a impressão deles. A partir desta semana, vou ouvir os responsáveis pela Chevron, e em um segundo momento, talvez escute funcionários da Transocean”, explicou o delegado. Ainda nesta segunda-feira, Minc vai se reunir com diretores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), para discutir valores de multas que devem ser aplicadas a Chevron.
A empresa pode ser indiciada por crime ambiental duas vezes, caso fiquem comprovados a responsabilidade no vazamento de óleo e o uso de técnicas que agridem o meio ambiente, na remoção da mancha. Fábio Scliar detalhou que a pena para este tipo de crime pode ser a proibição da empresa de participar de licitações de áreas do pré-sal nos próximos cinco anos, além de reclusão de 1 a 4 anos.
Postagem: blog Portal Jovem
Fonte: Jornal o Estado