NÃO ADIANTA FUGIR...
É muito comum ouvirmos dizer: “eu não me meto em política”. Se bem olharmos, a política a política do abastecimento, da moradia, da educação, da saúde, da segurança, do combate às drogas, do amparo à velhice, vamos observar que não adianta querermos fugir da política, pois ela está presente, a toda hora, em nossas vidas.
As chamadas políticas públicas não passam de medidas tomadas pelo sistema em que vivemos: o capitalismo. Quando nos afastamos da atividade política, quando deixamos de participar da associação de moradores, do sindicato, do grêmio estudantil e de outras atividades que possam nos juntar em defesa dos nossos interesses, estamos cedendo lugar para que os picaretas ocupem os espaços e se prestem a servir aos interesses dos grandes capitalistas. Quando, pelo contrário, nos juntamos para protestar contra a superlotação do transporte coletivo, estamos fazendo uma política correta. Quando protestamos contra os buracos e crateras que invadem as nossas ruas, ao mesmo tempo em que somos submetidos à presença de esgotos a céu aberto, mais uma vez estamos fazendo a nossa política. Quando fazemos greves em defesa de nossos salários e na busca de melhores condições de trabalho, estamos praticando a boa política.
Mas, quando nos prostramos diante da televisão para curtir fantasias queas novelas divulgam, estamos fazendo o jogo deles, dos capitalistas. É preciso saber que o maior político não é o presidente, não é o senador, não é o deputado, não é o vereador. O maior e mais importante político que deveríamos ter é o político eleitor que não se limita unicamente a depositar na urna um voto àquele que lhe concedeu favores, benesses ou até mesmo dinheiro. A mudança, a transformação real da sociedade, só poderá vir pelas nossas mãos, pelas mãos do político eleitor, conscientede que as desgraças sociais têm uma causa, e essa causa deve ser combatida valentemente, e ela chama-se, como já dissemos: capitalismo.
Temos visto vários tipos de fuga: as drogas, as religiões, as depressões, são sinais de um mundo em falência.
Texto: Gilvan Rocha