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Os amantes da história e cultura local de Alcântaras estão vivendo um verdadeiro pesadelo. A existência do maior bem histórico da cidade está com as horas contadas.
É que a Igreja Matriz de Alcântaras será demolida neste dia 03 de Novembro. Idealizada e construída no início do século passado por João Capistrano de Alcântara considerado o fundador da cidade de Alcântaras, a capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi responsável pelo o crescimento e desenvolvimento do vilarejo de São José, onde posteriormente passou a ser chamado de São José dos Alcântaras e em 1957 emancipou-se como município com o nome de Alcântaras.
Com várias alegações, a administração da paróquia resolveu demolir a igreja centenária e no local construir outra.
A igreja construída em 1908 passou cerca de 80 anos para ficar como está hoje; No entanto, a fim de minimizar o seu valor histórico e assim justificar a sua demolição, as diversas melhorais que foram realizadas deram margem a anticultura a justificativa de que ela não é mais a mesma.
Durante os anos que se passaram, o seu altar principal já foi modificado, também perdeu o “coro” na entrada, em compensação a igreja também ganhou pequenas torres na mesma época em que a matriz de Meruoca também ganhou a sua. No entanto todas as suas paredes laterais, a parte central de sua fachada e principalmente todas as suas colunas ainda continua lá. Na verdade pouca coisa lhe foi retirado, o que aconteceu foi que algumas partes de sua originalidade ficaram escondidas nas suas paredes algumas delas com cerca de um metro de largura.
Sabendo da resistência do povo diante da idéia de demolir a história da cidade, foi realizada uma votação em que o resultado já estava pré-estabelecido. O comparecimento não foi menos de 15% da população, e mesmo assim ainda chamaram o ato de plebiscito.
Ainda houve uma tentativa de salvar a histórica igreja, pedindo as pessoas para votarem NÃO a demolição e construir outra igreja em outro local e preservar o que ainda restava da atual matriz; mas esta campanha foi logo suprimida, enquanto uma forte campanha foi feita pelo SIM, e para simplificar o tal ato, trocando a palavra demolição por reconstrução.
Por tanto por meio desta nota esclarecemos alguns dos principais motivos pelo que não reconhecemos a votação como algo que mostra a realidade da vontade do povo.
1. 87% da população se negou a participar do processo, sendo que 98% se declaram como sendo católicos.
2. Nunca se falou publicamente na possibilidade de restaurar a Igreja Matriz de Alcântaras. Se foi, onde está o projeto de restauração?
3. O projeto da nova igreja foi feito muitos meses antes do “tal” plebiscito.
4. O suposto Plebiscito foi apenas para transferir para o povo o que antes já se teria decidido, “a demolição”.
5. A votação que inicialmente era para ser secreta foi exigida a assinatura dos votantes na chapa no ato da votação, o que afastou os contrários à demolição da votação.
6. O valor histórico e cultural da igreja foi totalmente desprezado, pois se fosse reconhecido afetaria o sentimento do povo e atrapalharia a demolição.
7. Nenhum técnico da Secretaria de Cultura do Estado e nem do IPHAN condenou a Igreja. Tanto é que as celebrações dentro da igreja nunca foram paralisadas. Na verdade a Defesa civil relatou que sua estrutura estava comprometida diante das rachaduras e não condenada.
8. Quanto às rachaduras, qualquer leigo em construção civil sabe-se que elas comprometem qualquer edificação, mas isso não quer dizer que seja a sua condenação. Deveriam ser reparadas, assim como foi feito em inúmeras residências do nosso município.
Esperamos que entendam as nossas colocações, e saibam que sempre trabalharemos em prol da manutenção dos nossos valores históricos e culturais.
FONTE: www.blogalcântaras.com.br