O Vaticano reavalia a condenação de Cícero Romão Batista, o adorado e polêmico padre cearense que chegou a ser excomungado.
O Sacerdote brasileiro Cícero Romão, foi acusado no século 19 de proclamar falsos milagres, de incentivar o fanatismo popular e de se beneficiar financeiramente com ofertas oferecidas à igreja pelos fiéis. No fim das contas foi condenado pelo Santo Ofício, mas pode vir a ser declarado santo, por isso está sendo objeto de novos estudos e investigação na Santa Sé. Ou seja, o “Padim Ciço” pode ser absolvido de todas as incriminações e ser anistiado pela igreja que o condenou.
Entre os religiosos que defendem à reabilitação do Padim se destaca a figura de Joseph Ratzinger. Ele mesmo. O cardeal alemão que em 2005 se tornou papa e que hoje atende pelo nome de Bento XVI.
Até os 45 anos de idade a vida de Cícero nada teve se extraordinário. Em 1889, rezando missa numa minúscula capelinha do então povoado do Juazeiro, a 600 km de Fortaleza, quando um fenômeno misterioso chamou a atenção dos sertanejos, da igreja e da Imprensa. Ao ministrar a comunhão a uma beata ( Maria de Araújo ) a hóstia teria se transformado
Em 1934, aos 90 anos, morre Cícero Romão Batista, no testamento, ele deixa a maior parte dos bens para a Igreja.
Em 2005, Ratzinger é eleito papa. No ano seguinte, recebe a documentação de uma comissão interdisciplinar de estudos que sugere a anistia do padre, pois acreditam, hoje, que o milagre realmente aconteceu e que o padre é responsável por manter a fé de milhares de pessoas. O caso segue em estudo no Vaticano.
TEXTO: Douglas Alcântara
Fonte: Revista: Aventuras na História – Ed. Abril – Edição 76 – Novembro 2009.