NOVAS GERAÇÕES SÃO INCENTIVADAS A MANTER VIVO 'EVENTO MATUTO'
Famosa entre os alcantarenses por seu modo ímpar de apresentação,
a mais antiga quadrilha de Alcântaras atravessa gerações mantendo uma tradição
que já dura dezesseis anos.Fundada em 2002, por
jovens do então agora Bairro Espírito Santo, o evento se consolidou dentro do calendário
cultural da pequena cidade serrana, e com mais de uma década de mobilização
comunitária, tem garantido a integração, participação e o envolvendo de pessoas
das mais variadas faixas etárias.
Com dois dias de festa, além da
apresentação dos “suvaqueiros”, há alguns anos a comissão organizadora
incorporou a apresentação de grupos infantis, como a quadrilha dos Pinga Fogo e
dos Pimentinhas, geração que apesar das novas tendências cresceu acompanhando o
evento." Eu tinha 16 anos, eu mim senti realizada quando dancei, fazer parte daquele grupo foi muito importante.É da nossa cultura, é tradição.A gente nunca esquece!" destaca Adriana Ximenes, que sempre busca prestigiar a apresentação dos novos colegas.
A mesma sensação de que a tradição tem se perpetuado a cada nova turma de brincantes, também é expressada por Romualdo Lucas "No ato de ensaiar a criança aprende noções de respeito e disciplina para certos momentos da dança e isso serve para sua vida. Eles são os dançarinos do futuro. Vejo muitos que dançavam no [arraiá] das crianças e hoje dançam nos dos adultos", pontua o jovem morador.
Com um histórico de grandes talentos, de percas e de tantas homenagens, a Quadrilha que também ajuda a temporariamente movimentar a economia do bairro é recheada de boas histórias, de carinho e de torcida por quem também um dia já fez parte desse time."Dancei durante 7 anos e minha experiência na quadrilha foi a melhor possível, pois lá adquiri muitos amigos que até hoje tenho o enorme carinho e respeito" explica Alexildo Costa ao também revelar que apesar das ocupações diárias sente vontade de retornar as quadras. "Hoje ainda sinto vontade de continuar, mas com as responsabilidades pessoais fico restrito, hoje deixo meu total apoio e admiração, não só dos organizadores mas sim da comunidade que se envolve para que este festival seja feito com muito carinho para atender sempre grande público que todos os anos bate recorde de expectadores." concluí.
Tradição alcantarense e adaptada aos tempos modernos, apesar de todas as dificuldades e de ocorrer por esforços de seus fundadores, com o apoio da comunidade e de patrocinadores, a Unidos do Suvaco constrói um legado na história junina da pequena cidade, e se depender dos votos de sucessos, tem grandes chances de se repetir por muitos e muitos anos. “Vejo como uma tradição e uma tentativa de manter uma cultura da quadrilha matuta. É um desafio [ainda maior] manter essa tradição para a novas gerações, já que o chitão hoje não é tão importantes para eles” defende Netinha que interpretou a noiva em várias edições e que hoje, mãe de gêmeos, diz esperar que a Unidos do Suvaco se mantenha viva com sua matutice e que sobreviva diante de tantas mudanças da cultura popular.
Reportagem
Francisco Freire
