***Capítulo
79***
Ernesto: Realmente
não está curiosa porque eu chamei você aqui?
Quitéria: Eu
estou, mas como você não quis falar durante o caminho...
Ernesto: Eu
quis ver você porque... Quitéria, hoje eu vou abrir meu coração:
estou apaixonado por você. Casa comigo?
Quitéria: Você
tem certeza dos seus sentimentos?
Ernesto: Tenho!
Tenho sim!
Quitéria:
Pois eu vou ser franca com você: eu não posso me casar...
Ernesto: Por
quê?
Quitéria: Há
uma cláusula no testamento de Demétrio que diz claramente que se eu
me casasse eu perderia toda a minha fortuna. E eu não quero perder
tudo o que conquistei.
Ernesto: Não
abriria mão, nem sequer por mim? Não me ama?
Quitéria: Do
fundo do meu coração, Ernesto. Por ninguém no mundo eu deixaria de
ajudar os pobres de Santa Quitéria, do Nordeste. Além disso, eu amo
alguém. Mas esse alguém não merece um sacrifício tão grande.
Ernesto: Quitéria,
por Deus! Como pode valorizar mais o dinheiro que as pessoas?
Quitéria: É
o dinheiro que move o mundo, Ernesto. Não o amor. Tenho que ter todo
este dinheiro para ajudar meus pobres...
Ernesto: Mas
e eu?
Quitéria: Consiga
uma forma de fazer com que eu possa me casar sem perder o dinheiro e,
então...
Ernesto: Acho
que sei como. Isso é um sim?
Quitéria: Bem...
(Ernesto chega à sede
da ONG no dia seguinte, muito alegre:)
Gertrudes: Olha
só, que alegria é essa, hein?
Ernesto: Eu
sou o homem mais feliz do mundo, Gertrudes!
Gertrudes: E
pode-se saber porque?
Ernesto: A
Quitéria aceitou o meu pedido de casamento!
(Ernesto entra na sua
sala. Gertrudes telefona.)
Gertrudes: Alô!
Dona Berenice! Notícias: o seu Ernesto pediu a Quitéria em
casamento e ela aceitou.
Berenice: O
que? Tem certeza?
Gertrudes: Tenho!
Ele mesmo acaba me contar.
Berenice: Obrigada,
Gertrudes. E lembre-se, você será muito bem recompensada.
(Berenice desliga o
telefone)
Berenice: Maldita!
Mas ela me paga!
Post. Augusto Freire