CAPÍTULO 25
Clarita: Quem tá aí?
Mario: Sou eu, Clarita, o Mario.
Clarita: Que bom que veio. Pode acender a luz?
Mario: Já está acesa.
Clarita: Então por que eu não tô enxergando, Mario? O que aconteceu? Fala!
Médico: Era o que eu temia… Ela perdeu a visão.
Clarita: Não, não é verdade, não é verdade, não é verdade!
Médico: Fique calma! Nós vamos resolver isso… (Espero!)
(Os dois saem do quarto)
Mario: Que vai fazer agora, doutor?
Médico: Temos que ter certeza se a lesão não é irreversível. Isso requer mais tempo.
Mario: E até lá?
Médico: Procure acalmá-la. Confortá-la. Estar a seu lado. Vai precisar.
Mario: Claro.
(Mario entra)
Mario: Clarita?
Clarita: O que você quer, Mario? Vai embora!
Mario: Não é bom que fique sozinha. Agora mais que nunca precisa dos seus amigos. Lembra? Desde crianças somos um time. Ninguém nos separa.
Clarita: Separaram sim. Eu perdi o Valentino. Perdi a visão… Nada na vida tem sentido agora. Não me resta mais nada.
Mario: Você tem a mim… E eu te amo muito.
Clarita: Por favor, Mario… Não diga essas coisas.
Mario: Eu insisto. Desde a última vez há 20 anos nada em mim mudou, continua igual, te amo do mesmo jeito. Como quisera que você correspondesse.
Clarita: Isso é impossível. Meu amor por Valentino é… maior que tudo no mundo!
(Enquanto isso, na mansão dos Carrasco, a campainha toca. A empregada Desideria vai atender. É VALENTINO)
Desideria: Bom dia. Patrão? Por que não abriu se tinha a chave?
(Alma liga para Rigoberto)
Alma: Alô, Rigoberto!
Rigoberto: O que quer, Alma? Tenho muito que resolver, não posso dar atenção a seus assuntos fúteis.
Alma: Quero pedir que suspenda as buscas pelo Cassiano.
Rigoberto: Ora, quer dizer que finalmente desistiu de encontrar seu filhinho vivo depois de 20 longos anos?
Alma: Ao contrário! Ele já apareceu. Esteve em minha casa. Eu falei com ele e ele me parece bem de saúde.
Rigoberto: O que disse?
Alma: Só tem uma coisa que me deixou intrigada… Ele voltou muito estranho, frio e distante. Estava calado e mal olhava pra mim. Eu compreendi, afinal quem sabe o que aconteceu durante este tempo…
Rigoberto: Sim, claro. Bem, tenho que desligar e não se preocupe… Ele só está traumatizado com o que houve. Mas leve-o ao médico e isso logo passa. Até. (Rigoberto desliga o telefone) Valentino não pode ter aparecido. Não pode. Tenho que avisar o Cassiano antes que seja tarde demais.
(Enquanto isso...)
Valentino: Está me confundindo, eu não sou o seu patrão. Sou irmão gêmeo dele.
Desideria: Desculpa, eu não sabia. Vocês são idênticos.
Valentino: Claro, a qualquer momento nós poderíamos trocar de lugar e ninguém perceberia… Escuta, ele está?
Desideria: Deve estar na Biblioteca. Vou chamá-lo. E como se chama?
Valentino: Cassiano. Cassiano Pires Cavalcantti.
Desideria: Espere um momento…
(Desideria sai. O telefone toca. Valentino atende)
Valentino: Alô.
Rigoberto: Pires Cavalcantti? Sou eu, seu sogro Rigoberto. O cerco fechou. O maldito do seu irmão Valentino voltou pra cidade. Ele vai descobrir tudo. Vai descobrir que nós armamos pra ele ir preso e você substituí-lo na casa dele e assumir o meu neto como seu filho!
Post. Augusto Freire