CAPÍTULO
16
Edmundo:
Seja
bem-vinda! É um prazer estar com você esta noite.
Mabel:
Igualmente...
Edmundo:
Saiba que
preparamos tudo do bom e do melhor para você, que é nossa convidada
de honra.
Mabel:
Obrigada.
Edmundo
(para Luciana): Garçonete,
por favor. Atenda minha convidada como ela merece.
(Luciana
encara Mabel)
Edmundo:
Que está
esperando, incompetente? Que eu te demita? Já ouviu! Atende a minha
convidada como ela merece... Agora!
Mabel:
Não precisa humilhar sua
funcionária por minha causa.
Boris:
Deixa eu ver se eu entendi...
você quer que eu me case com a sua futura enteada? Eu, seu irmão?
Isso é pecado!
Alicia:
Não me venha com preceitos
religiosos. Só me ouve. O Sr. Sergio Coral busca um rapaz de
princípios e de boa família para marido de sua rica herdeira e me
pediu para conseguir um. Ninguém melhor para o cargo que... você!
Até porque, Sergio e eu somos noivos há cinco anos e ele ainda não
me confirmou nada sobre casamento. De modo que, você será nossa
grande garantia: Case-se com Diana e juntos daremos o balão na
família Coral e tomaremos a fortuna para nós!
(Enquanto
isso, na Casa Paroquial, Padre José Maria está jantando. Danilo
está saindo)
Padre
José Maria: Já vai trabalhar,
filho?
Danilo:
Já, tio. A bênção!
Padre
José Maria: Deus o abençoe.
Chegue cedo.
Danilo:
Certo.
(Danilo
sai para trabalhar no Teatro Municipal, onde é zelador. Quando ele
sai, batem na porta e o padre vai atender. É a Irmã Clarissa)
Padre
José Maria: Irmã Clarissa!
Irmã
Clarissa: Vim o mais rápido
que pude. Trouxe esta carta que chegou ao convento. É da ABCD.
Padre
José Maria: ABCD?
Irmã
Clarissa: Associação de Busca
às Crianças Desaparecidas. São eles que estão procurando suas
afilhadas.
Padre
José Maria: Vinte anos, Irmã
Clarissa. Onde estarão aquelas garotas? Onde?
Irmã
Clarissa: Não vai abrir a
carta?
(O
Padre abre a carta)
Irmã
Clarissa: E então? Alguma
novidade?
(Enquanto
isso, cena de Boris e Alicia)
Boris:
Eu não posso fazer isso,
Alicia!
Alicia:
Por que não?
Boris:
Porque quando eu me casar será
com alguém que eu ame e não por interesse.
Alicia:
Ah, por favor! Não me diga que
o amor não é um tipo de interesse? E não se preocupe, ele vem como
consequência. Tem que fazer isso, Boris, por mim. Lembre-se que
tenho uma jura feita no leito de morte de nossa mãe de te dar uma
vida digna e ela pediu que eu cuidasse de você e que você me
obedecesse em tudo... Vai fazer isso, não vai? Por nossa mãe! Vai
fazer? Vai?
Post. Augusto Freire