***Capítulo
78***
Baluarte: Pensa
um pouquinho, talvez você consiga lembrar: o meu nome completo é
José Carlos Ximenes, mas há mais ou menos 20 anos, você me chamava
de “Baluarte”.
Quitéria: Ai,
não pode ser! Baluarte, é você mesmo? Mas como isso é possível?
Baluarte: Eu
segui o seu conselho. E, terminei os meus estudos, fiz uma faculdade
e hoje sou um renomado advogado.
Quitéria: Casado?
Baluarte: Não...
viúvo! Mas, sabe... Eu nunca esqueci você Quitéria. Durante todos
esses anos eu quis reencontrá-la para dizer que o meu amor por você
está mais vivo do que nunca.
(Enquanto isso, na
Sede do Partido)
Danton: Então,
Rosa Maria era na verdade Quitéria...
Evaristo: Isso
mesmo, ela nos enganou a todos. Uma charlatã... O que você acha?
Danton: Fantástico!
Podemos usar a história sofrida daquela mulher para ganhar mais
votos! A vitória está no papo!
(Enquanto
isso...)
Quitéria: Infelizmente,
os meus objetivos agora são outros.
Baluarte: É...
eu tenho lido nos jornais... você agora é uma importante política.
Quitéria: Pois
então, deve saber que não posso perder tempo com sentimentalismo...
Baluarte: Nunca
pensei que eu fosse escutar uma coisa dessa de você, Quitéria. Você
tá com mania de grandeza. Cuidado, a queda pode ser muito grande.
Quitéria: Só
vim aqui para sepultar meu pai. Não tenho tempo a perder com amores
de infância. Tenho que voltar para Brasília imediatamente.
Baluarte: Pois
vá com Deus... E até breve, Quitéria Garcia.
(Quitéria volta para
Brasília. Em casa, o celular toca. Ela atende.)
Quitéria: Alô!
Ernesto: Quitéria!
Queria te convidar para jantarmos juntos hoje à noite, pode ser?
Não, eu busco você! Às 8! Até lá! Tchau!
(À noite, no
restaurante.)
Ernesto: Espero
que você esteja gostando deste lugar!
Quitéria: Está
perfeito.
Ernesto: Realmente
não está curiosa porque eu chamei você aqui?
Quitéria: Eu
estou, mas como você não quis falar durante o caminho...
Ernesto: Eu
quis ver você porque... Quitéria, hoje eu vou abrir meu coração:
estou apaixonado por você. Casa comigo?
Post. Augusto Freire