***CAPÍTULO 13***
(Getúlio e Maria de Lurdes chegam na casa de Dona Memê.)
Dona Memê: Oh, meus pequenos, tanto tempo faiz...
Ó, eu sôbe da mãe docês... Minha Cumade Edvirgens, tão boa que era... Lamento
muito!
Getulio: Por isso estamos aqui, Dona Memê. Precisamos
da ajuda da senhora.
Dona Memê: Se eu puder...
Getulio: Dona Memê... é que tá que uns tempo que o
pai tá meio... meio... bruto com a gente. E eu tô com muito medo.
Dona Memê: De que?
Maria de Lurdes: Eu explico, dona Memê. É por causa
da sua afilhada Quitéria. Ele batia na mamãe, na gente e na menina também.
Dona Memê: O meu cumpade tá desse jeito?
Maria de Lurdes: Por causa da pinga.
Dona Memê: E o que querem que eu faça?
Getulio: Ajudar a levar a Quitéria pra bem longe do
pai.
(Enquanto isso, Quitéria apravorada com o que ouviu,
arruma suas poucas coisas para ir embora.)
(De volta à casa de Dona Memê:)
Dona Memê: Sim, eu conheço uma família rica, os
Saboia. Não têm filhos, mas adoram crianças, e são gente muito caridosa. Boto
minha mão no fogo como eles vão querer a Quitéria.
Getulio: Então, quando vai levar a Quitéria?
Dona Memê: Amanhã no primeiro carro, mas ela tem
que dormir aqui. Outra coisa, eu vou ter que sumir pra sempre ou seu pai manda
me matar ou me prender. Preciso de um dinheiro.
Maria de Lurdes: Vou colocar sua paga na mala da
Quitéria.
Dona Memê: Vocês num tem medo de deixar a irmã de
vocês comigo não? Sei lá, eu posso sequestrar ela e nunca mais dar notícia...
Getulio: Isso é com a sua consciência. Na falta da
mãe, a madrinha assume. E a senhora é a madrinha da Quitéria. A gente traz ela
de noite.
(Os irmãos chegam em casa e veem Quitéria chorando no
quarto:)
Maria de Lurdes: O que aconteceu, Quitéria? Porque
tá chorando? Foi o pai?
Quitéria: Foi...
Getulio: E cadê ele?
Quitéria: No bar...
(Getúlio sai atrás do pai.)
Maria de Lurdes: Ótimo, Quiteria. Arrume suas
coisas, você hoje vai dormir na sua madrinha.
Quitéria: Eu já arrumei, ó! (mostrando a “malinha”)
Continua... Terça dia 17 de julho as 13 aqui no Portal Jovem

