***CAPÍTULO
6***
(Antonio vai até os carros, e
fala ao motorista:)
Antonio: Tá indo pra
Sobral?
Motorista: Tá sim, só
esperando lotar.
Antonio: Pois eu vou.
(Antonio entra no carro e pensa.)
Antonio: “Nórramo rê se
ele num rem comigo. Eu sô teu pai, moleque. Tu aprende.”
(Maria de Lurdes discute com
Quitéria:)
Maria de Lurdes: Tu ficô
doida, foi? Cumé que tu faz uma coisa dessa? O pai rai dá uma surra no Getúlio
capaz até de matá ele.
Quitéria: Não, Lurdinha! O
pai é bom! Ele se arrependeu! Ele quer que nóis seje de novo uma família unida.
Maria de Lurdes: De novo?
E quando é que a gente foi? Ele te enganou, Quiterinha. Ele quer fazer mal
nosso irmão. Ele trancou a mãe na camarinha!
Quitéria: E agora,
Lurdinha, o que eu faço agora?
Maria de Lurdes: Depois a
gente pensa. Agora eu preciso da tua ajuda. Vai no roçado e chama um
trabalhador, mande ele vim aqui, mas num diz pra que é.
Quitéria: Tá, já vou.
(Quitéria sai correndo, Maria de
Lurdes vai até a porta do quarto e diz à mãe:)
Maria de Lurdes: Mãe,
aguenta só mais um pouco, eu consegui ajuda.
Edvirgens: Não, filha, eu
acho que tá... chegano... no fim...
Maria de Lurdes: Não,
mainha! Aguenta! Aguenta!
Edvirgens: Cuida... da
Quite... quiterinha....!
(Edvirgens desmaia)
(Quitéria chega ao roçado e fala
a um dos trabalhadores de seu pai:)
Quitéria: Ei, por favor, o
senhor pode me ajudar?
Trabalhador: Que que tu
tem, Quiterinha?
Quitéria: Depois eu te
explico, vem ligeiro!
(Os dois saem correndo. Ao
chegarem na casa, Quitéria diz:)
Quitéria: Aqui tá ele!
Maria de Lurdes: Graças a
Deus! Arromba esta porta, por favor, moço!
Trabalhador: O que que tá
acontecendo aqui?
Maria de Lurdes: A minha
mãe tá trancada aí dentro da camarinha.
Trabalhador: Como isso
aconteceu?
Quitéria: Foi o pai.
Maria de Lurdes: Quieta!
Trabalhador: O seu
Antônio? E porque ele fez isso?
Maria de Lurdes: Brigas de
casal! Mas é que ela tá sem comer. Eu só quero dá alimento a ela antes que ele
volte.
Trabalhador: Mas ele vai
notar a porta arrombada.
Maria de Lurdes: Eu juro
que não digo que foi o senhor.
Trabalhador: Tá bem, são
do mei... 1, 2, 3: (Trabalhador arromba a porta e encontra Edvirgens caída no
chão). Ela tá desacordada!
Maria de Lurdes: O que?
Mãe! Mainha! Acorda!
(As meninas tentam em vão
reanimá-la)
(Na casa de Dona Iracema, em
Sobral.)
Iracema: Você vai ficar no
quarto de hóspedes.
Getúlio: Obrigado, tia.
(A campainha toca, Iracema vai
atender. É Antonio:)
Antonio: Há quanto tempo,
irmãzinha. Eu rim buscá meu fi. E num sai daqui sem ele!
Continua... ( próximo capítulo Quinta-Feira 28 de junho as 13h)

