DURANTE 34 ANOS NOVE PREFEITURAS DO RIO DE JANEIRO
DEPOSITARAM 70 MILHÕES DE TONELADAS DE LIXO NO LOCAL
O
aterro de Gramacho, localizado em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense,
recebeu às 11 horas de ontem o último caminhão carregado de lixo, encerrando,
assim, as atividades na área. De carona em um trator, o prefeito do Rio de
Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), e a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira,
despejaram terra sobre a remessa final de lixo.
Em
seguida, uma placa foi instalada no portão de entrada com o aviso: “Aterro
Metropolitano de Gramacho fechado. Proibido jogar lixo neste local”. Além de
autoridades dos governos municipal, estadual e federal, a cerimônia contou com
a presença de catadores de lixo, que chegaram a fazer um abraço simbólico em
parte do aterro.
Emocionada,
Roberta Al-ves, 35, presidente da Associação Carioca de Catadores e
Ex-Catadores de Gramacho enterrou a roupa que usava para trabalhar no solo do
aterro. A desativação do lixão estava prevista para sexta-feira passada, mas
foi adiada para hoje.
O
prefeito Eduardo Paes declarou que a prefeitura do Rio, ao fechar o Aterro
Sanitário de Gramacho, encerrou o crime ambiental que cometia contra a Baía de
Guanabara e contra o município de Duque de Caxias. “A prefeitura do Rio vem
sendo criminosa há 30 anos depositando os resíduos sólidos da cidade em outro
município e às margens da Baía de Guanabara.”, destacou.
Contaminação
O
Ministério Público do Rio de Janeiro estuda ajuizar uma ação para obrigar os
órgãos públicos de limpeza e meio ambiente do Estado e do município a fornecer
informações sobre a contaminação ambiental gerada pelo lixão de Gramacho. De
acordo com o promotor do Meio Ambiente, Marcus Leal, serão solicitadas
informações e um estudo que apresente “de forma satisfatória” a contaminação no
local.
Durante
34 anos, a Prefeitura do Rio e de outros oito municípios da Região
Metropolitana depositaram 70 milhões de toneladas de todos os tipos de resíduos
no local sem qualquer cuidado ou proteção ambiental.
O
lixão está localizado sobre um mangue às margens da baía de Guanabara e na
confluência dos rios Sarapuí e Iguaçu. Ao redor dele, existem por volta de 42
lixões clandestinos que contaminaram o solo e lençol freático. (das
agências de notícias)