SEGUNDO O IPEA DESIGUALDADE DA DISTRIBUIÇÃO DE RENDA NO CEARÁ, CAIU
MAIS QUE A MÉDIA BRASILEIRA NOS ÚLTIMOS 30 ANOS
A desigualdade na distribuição de renda no estado do Ceará, nos últimos 30 anos, caiu mais que a média brasileira. Enquanto a redução no Ceará foi de 38,6%, no Brasil 22,8%. Os dados são do estudo Evolução da desigualdade no rendimento domiciliar per capita nos municípios brasileiros, feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e divulgado ontem. O índice de Gini, que mede a desigualdade, caiu de 0,17 (em 1980) para 0,11 (em 2010). Quanto mais baixo o índice, melhor a distribuição de renda.
O assessor técnico da presidência do Ipea, André Calixtre, informa que o Estado apresentou um dos menores índices mas tem muito que avançar. Entre os estados brasileiros a Paraíba (0,11) possui o menor grau de desigualdade e Roraima (0,19) tem o maior. Nos últimos 30 anos, Paraíba (-47,9%) apresentou a maior queda no índice de Gini, enquanto Roraima (22,8%) teve a mais alta elevação no grau de desigualdade no rendimento domiciliar per capita médio dos município.
Calixtre faz questão de ressaltar que desigualdade não quer dizer pobreza e nem igualdade riqueza. Destaca que São Paulo, o mais rico do Brasil tem uma desigualdade maior entre os municípios do que o Ceará, um dos estados mais pobres. Também chama a atenção para o fato da desigualdade entre cidades ser menor que a desigualdade entre indivíduos. “Com esse estudo a gente quer frisar que houve, fundamentalmente nas décadas de 90 e 2000, crescimento da renda real com redução da desigualdade entre os municípios brasileiros.
Entre as regiões os destaques são para o Nordeste e Centro Oeste. Em 30 anos, a Região Nordeste foi a que registrou a maior queda no grau de desigualdade no rendimento domiciliar per capita médio dos municípios (39,3%). E a Região Norte, segundo o Ipea, apresentou a menor redução no índice de Gini (14,9%). Mas atualmente, o menor índice de Gini encontra-se na região Centro Oeste (0,12), enquanto o maior é de responsabilidade da região Norte (0,18).
O levantamento feito com base nos censos demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constatou que houve melhoras em quase todas as unidades da Federação, com exceção do Amapá e de Roraima que tiveram as desigualdades aumentadas em 14,8% e 22,8%, respectivamente.
O estudo do Ipea, porém, não identifica as causas das variações. “São inúmeros fatores, desde a elaboração da Constituição Federal de 1988 que promoveu descentralização dos recursos, até o padrão de crescimento da região”, afirma Calixtre. “O comunicado apenas constata o processo, mas não olha os determinantes”, completou.
“Existe uma tendência de desconcentração no País, há uma difusão para outras regiões”, afirmou Calixtre. A Região Norte, por outro lado, teve a menor queda, de 0,215 para 0,183 no mesmo período. No Sudeste, a diferença caiu de 0,234 em 1980 para 0,173. No Sul, de 0,193 para 0,136 e no Centro-Oeste, de 0,191 para 0,119.
As unidades da federação com menores graus de desigualdade no rendimento domiciliar per capita médio dos municípios são Paraíba, Ceará, Rondônia, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul e Goiás, todos com 0,11 em 2010. O Estado de São Paulo reduziu o índice de 0,18 em 1980 para,12 em 2010.
CONFIRA A RENDA DOMICILIAR PER CAPITA DOS MUNICÍPIOS CEARENSES EM 2010
MAIORES ÍNDICES
- Fortaleza R$ 776
- Eusébio R$ 519
- Crato R$ 482
- Sobral R$ 438
- Juazeiro do Norte R$ 433
- Iguatu R$ 420
MENORES ÍNDICES
- Miraíma R$ 193
- Choró R$ 196
- Salitre R$ 196
- Granja R$ 196
- Croatá R$ 202
- Itatira R$ 207
Postagem: blog Portal Jovem
Extraído do POVO ONLINE