***CAPÍTULO 17***
Mordomo:
Podem
entrar!
(As duas entram)
Mordomo:
E
a menininha? Quem é? Sua filha?
Dona
Memê: Pensei
que tivesse sido clara ao dizer que sou uma senhorita. Então esta
menina não pode ser minha filha. É minha afilhada. Mas isso não
lhe interessa. Com licença, meu assunto é com a madame.
Mordomo:
Toda.
(Dona Memê entra)
Rebeca:
Margarida!
Dona
Memê: Rebeca!
Há quanto tempo!
Rebeca:
Eu
digo o mesmo. Sente-se. Aceita alguma coisa, digo um café, suco,
chá?
Dona
Memê: Água...
Rebeca:
Você
é tão modesta... Um minuto: Dalila! Traga água para a visita.
Dalila:
Sim,
senhora.
Rebeca:
Bem,
o que te traz aqui?
Dona
Memê: Vou
direto ao ponto: minha afilhada, pobrezinha, acaba de ficar órfã. E
ninguém da família tem condições de criá-la, você sabe, somos
gente muito pobre. E... como sei que você não tem filhos e sempre
sonhou com um eu vi a oportunidade de ajudar tanto a ela como a
você... isto é, se você também quiser... é claro...
Rebeca:
Está
propondo que eu adote sua afilhada?
Dona
Memê: Sim!
Era o desejo dos pais da menina que em paz descansem que ela fosse
criada por gente de bem que a amassem e educassem e lhe dessem um
futuro confortável. Essas pessoas eu vejo em vocês.
Rebeca:
Bem...
Tenho que conversar antes com meu marido... Mas ele não demora. Está
se arrumando para o trabalho.
(Luis Sabóia entra)
Luis:
O
que tem eu?
Rebeca:
Ah,
falávamos agora mesmo de você. Este é meu esposo, Luis Sabóia.
Minha amiga, Margarida Gusmão.
Luis:
É
um prazer.
Dona
Memê: Igualmente.
Luis:
Bem,
sobre o que conversavam?
Rebeca:
Boas
notícias, querido! Todos os santos estão a nosso favor!
Luis:
Não
entendi.
Rebeca:
Vamos
ter um filho, ou melhor, uma filha!
Dona
Memê: Chama-se
Quitéria! Veja, lá está ela!
(Dona Memê aponta para a Menina)
Baseada no Argumento Original de Francisco Freire Caetano Filho
Post. Augusto Freire