***CAPÍTULO 12***
Maria de Lurdes: Me conta teu plano.
Getulio: A gente diz que a Quitéria tá correndo perigo e que ela é muito pequena pra se defender.
Maria de Lurdes: Boa ideia! Quando vamos fazer isso?
Getulio: O mais rápido possível.
Maria de Lurdes: Eu vou contigo.
(Quitéria entra)
Quitéria: Aonde?
Maria de Lurdes: No cemitério levar flores pra mãe!
Quitéria: Posso ir também?
Maria de Lurdes: Melhor não, Quiterinha! O Pai tá bebendo e é melhor alguém ficar com ele!
Quitéria: Pra que?
Getulio: Faz o que ela disse!
Quitéria: Tá bem!
(Os dois irmãos saem.)
Getulio: Ela é sabida demais. Tem que inventar uma mentira pra enganar ela no dia.
Maria de Lurdes: Deixa isso comigo.
(Quitéria chega na cozinha e vê o pai bebendo:)
Quitéria: Pai, tá precisando de alguma coisa?
Antonio (já bêbado): Eu tô precisando é de morrer!
Quitéria: Hum, num fala assim, pai!
Antonio: Mas é verdade, e sai de perto de mim. Num quero ver nem tu nem teus irmão. Só me lembra a Edvirgens. Num quero lembrar dela.
Quitéria: Papai, eu também tô sofrendo. Mas lembrar da mamãe é lembrá de coisa boa.
Antonio: Eu mandei tu saí daqui!
(Quitéria começa a sair, mas Antonio a chama:)
Antonio: Fia, me perdoa! Eu num queria matá sua mãe!
(Quitéria vira e fica assustada:)
Quitéria: O que, pai?
Antonio: Pois é, minha fia! Eu matei a tua mãe... (risada de bêbado).... ai, mas eu não queria (começa a chorar feito bêbado)... mas, fazê o que... foi o destino... tudo culpa do destino. Mas eu num queria! Eu num queria não! (começa a chorar desesperado)
(Quitéria se assusta tanto que sai correndo e entra no quarto. Enquanto isso, Getúlio e Maria de Lurdes chegam na casa de Dona Memê.)
Dona Memê: Oh, meus pequenos, tanto tempo faiz... Ó, eu sôbe da mãe docês... Minha Cumade Edvirgens, tão boa que era... Lamento muito!
Getulio: Por isso estamos aqui, Dona Memê. Precisamos da ajuda da senhora.
Baseada no Argumento Original de Francisco Freire Caetano FilhoPost. Augusto Freire