***CAPÍTULO 10***
(Antonio vai ao bar)
Antonio: A de sempre.
(O orelhão toca, o dono do bar vai atender)
Dono do Bar: Alô!... Falar com quem?... Seu Antonio Garcia? Coincidência! Ele tá aqui! Peraê que eu vou passar! (gritando) Antonio, é de Sobral! Notícia de sua senhora!
(Antonio pega o fone)
Antonio: Cumé que tu te atreve a levar minha mulher pra Sobral sem ordem minha?
Trabalhador: Mas é muito malagradicido... Por Deus que eu trouxe!
Antonio: Fez muito mal! Vô descontá do teu ganho a viagem, o dia de hoje e as despesa da Santa Casa.
Trabalhador: Num se dê esse trabái, porque eu me demito!
Antonio: Como disse?
Trabalhador: É sim... Num quero mais trabaiá e ajudar a enchê o bucho de um assassino!
Antonio: Que tá dizeno?
Trabalhador: Digo que finalmente, tua mulher morreu de morte matada e bem morta mermo... graças a ti.
Antonio: Ocê num sabe o que disse?
Trabalhador: Ah, sei sim. Mas num se preocupe, eu nunca hei de dizer a verdade a seu ninguém. Nem pro médico eu contei que notô os maus trato nela e dixe também que ela morreu de fome.
Antonio: Mentira!
Trabalhador: Sabe, Antonio? Eu tenho é pena de ti. Adeus!
(Trabalhador desliga o telefone, Antonio começa a chorar desesperado:)
Antonio: Não, não era isso que eu queria!
Dono do Bar: Qual é o problema, Antônio?
Antônio (jogando o copo de bebida longe com um golpe): NÃAAAO!!!!
(Antonio sai desesperado e chorando muito. Ao chegar em casa, ele abre o guarda-roupa e pega o vestido de noiva de Edvirgens, estende-o na cama, ajoelha e começa a beijá-lo, chorando sem parar.)
Antonio: Não era assim que eu queria! Por que, Edvirgens? Eu sempre te amei! O meu mal era a bebida!
(Os filhos chegam e veem o estado do pai, porém o observam calado.)
Antonio: Mas eu poderia ter mudado. Se você voltasse, eu faria tudo diferente.
Getulio: Tudo bem com o senhor, pai? Digo, por que tá beijando o vestido de noiva da mãe?
(Antonio abraça os três filhos e começa a chorar.)
Antonio: Meus filhos, a sua mãe... sua mãe tá morta! Tá morta! Morta!
Baseada no Argumento Original de Francisco Freire Caetano Filho
Post. Augusto Freire
